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Consumo verde, responsável e sustentável: como reduzir resíduos

A abundância dos bens de consumo, continuamente produzidos pelo sistema industrial, é considerada, frequentemente, um símbolo do sucesso das economias modernas. No entanto, esta abundância passou a receber uma conotação negativa, sendo objeto de críticas que consideram o consumismo um dos principais problemas das sociedades modernas.

Todas as escolhas de consumo trazem algum tipo de consequência para o mundo. Essa consequência será boa ou ruim é o que determinará se você está praticando o consumo sustentável ou não. Antes de falarmos sobre o consumo sustentável, devemos analisar as novas formas de consumo que o englobam:

Consumo verde: é aquele em que o consumidor, além de buscar melhor qualidade e preço, inclui em seu poder de escolha, a variável ambiental, dando preferência a produtos e serviços que não agridam o meio ambiente, tanto na produção, na distribuição, no consumo e no descarte final. Esta estratégia tem alguns benefícios importantes, como o fato de os cidadãos comuns sentirem, na prática, que podem ajudar a reduzir os problemas ambientais. Mas a estratégia de consumo verde tem algumas limitações. Os consumidores são estimulados a trocar uma marca X por uma marca Y, para que os produtores percebam que suas escolhas mudaram. A possibilidade de escolha, portanto, acabou se resumindo a diferentes marcas e não entre consumismo e não-consumismo.

Consumo ético, consumo responsável e consumo consciente: estas expressões surgiram como forma de incluir a preocupação com aspectos sociais, e não só ecológicos, nas atividades de consumo. Nestas propostas, os consumidores devem incluir, em suas escolhas de compra, um compromisso ético, uma consciência e uma responsabilidade quanto aos impactos sociais e ambientais que suas escolhas e comportamentos podem causar em ecossistemas e outros grupos sociais, na maior parte das vezes geográfica e temporalmente distantes.

Consumo sustentável: esta proposta se propõe a ser mais ampla que as anteriores, pois além das inovações tecnológicas e das mudanças nas escolhas individuais de consumo, enfatizam ações coletivas e mudanças políticas, econômicas e institucionais para fazer com que os padrões e os níveis de consumo se tornem mais sustentáveis. Mais do que uma estratégia de ação a ser implementada pelos consumidores, consumo sustentável é uma meta a ser atingida.

Além disso, a preocupação se desloca da tecnologia dos produtos e serviços e do comportamento individual para os desiguais níveis de consumo. Afinal, meio ambiente não está relacionado apenas a uma questão de como usamos os recursos (os padrões), mas também uma preocupação com o quanto usamos (os níveis), tornando-se uma questão de acesso, distribuição e justiça social e ambiental.

Utilizando como exemplo a área de transportes, na estratégia de consumo verde haveria mudanças tecnológicas, para que os carros se tornassem mais eficientes e menos poluentes, e mudanças comportamentais dos consumidores, que considerariam essas informações na hora da compra de um automóvel. Na estratégia do consumo sustentável, haveria também investimentos em políticas públicas visando à melhoria dos transportes coletivos, ao incentivo aos consumidores para que utilizem esses transportes e ao desestímulo para que utilizam o transporte individual (como por exemplo, a proibição da circulação de carros em certos locais e horários). A ideia de um consumo sustentável, portanto, não se limita a mudanças comportamentais de consumidores individuais ou, ainda, a mudanças tecnológicas de produtos e serviços para atender a este novo nicho de mercado, mas sim ao não-consumismo. A inclusão da pergunta: “realmente preciso comprar isto? ”.

É com esta pergunta que podemos refletir sobre o princípio de prevenção como forma de diminuir o consumismo (colocar link do texto anterior, consumismo..), e consequentemente a menor geração de resíduos.

Todos nós podemos contribuir para minimizar os problemas causados pelos resíduos com pequenas ações no dia-a-dia. Veja algumas dicas:

  • pense se realmente precisa de determinados produtos;
  • compre somente o necessário para o consumo, evitando o desperdício;
  • planeje a compra de alimentos para não haver desperdício, dimensionando a compra de produtos perecíveis com as reais necessidades da família e com as possibilidades de uso;
  • compre produtos duráveis e resistentes, evitando comprar produtos descartáveis;
  • reduza a quantidade de pacotes e embalagens (evitar comprar frutas, verduras e legumes embalados; dar preferência para produtos vendidos a granel - você pode levar de casa a embalagem para esses produtos; escolher produtos com menor número de embalagens; comprar produtos concentrados que possam ser diluídos antes do uso; comprar produtos em embalagens econômicas que possuem menos embalagem por unidade de produto; comprar produtos que tenham refil; levar sacolas ou carrinho de feira para carregar as compras, em substituição às sacolas oferecidas nas lojas e supermercados);
  • compre produtos cujas embalagens são reutilizáveis e/ou recicláveis;
  • compre produtos reciclados e/ou que a embalagem seja feita de um material reciclado;
  • escolha produtos de empresas certificadas que desenvolvem programas socioambientais e/ou que sejam responsáveis pelos produtos pós-consumo;
  • evite a compra de produtos que possuem elementos tóxicos ou perigosos;
  • empreste ou alugue equipamentos que não são usados com frequência, ao invés de comprá-los;
  • conserte produtos em vez de descartá-los e substituí-los por novos;
  • doe produtos que possam servir a outras pessoas;
  • reutilize materiais e embalagens;
  • separe os materiais recicláveis e os encaminhe para artesãos, catadores, entidades ou empresas que reutilizarão ou reciclarão os materiais;
  • faça sua própria compostagem, quando for possível;
  • organize-se em seu trabalho/escola/bairro/comunidade a iniciar um projeto piloto de separação de materiais recicláveis;
  • evite gastos de papel e outros materiais desnecessários ao embrulhar presentes;
  • evite a compra de cadernos e papéis que usam cloro no processo de branqueamento;
  • não descarte remédios no lixo; o mesmo vale para material usado em injeções e curativos feitos em casa. Procure com o seu farmacêutico ou nos postos de saúde uma alternativa de descarte mais adequada;
  • leia os rótulos dos produtos para conhecer as suas recomendações ou informações ambientais;
  • use detergentes e produtos de limpeza biodegradáveis;
  • utilize pilhas recarregáveis ou alcalinas;
  • deixe a bateria usada do seu carro no local onde adquiriu a nova e certificando-se que existe um sistema de retorno ao fabricante; isso vale também para os pneus e peças do veículo nos mecânicos e oficinas.
  • colecione dicas ambientais sobre consumo sustentável e compartilhá-las com seus amigos, etc. 

Por fim, é fundamental que o consumidor cobre uma postura ética e responsável de empresas, governos e de outros consumidores. Deve, ainda, buscar informações sobre os impactos dos seus hábitos de consumo e agir como cidadão consciente de sua responsabilidade em relação às outras pessoas e aos seres do planeta.

As empresas devem agir de forma socialmente e ambientalmente responsáveis em todas as suas atividades produtivas. Nesse sentido, responsabilidade social empresarial significa adotar princípios e assumir práticas que vão além da legislação, contribuindo para a construção de sociedades sustentáveis. Fonte: Portal Mec, Manual de Educação para o Consumo Sustentável.

Por Priscila Leal, gestora ambiental e consultoria BIOTERA.

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